quarta-feira, 13 de junho de 2007

Serenata no rio Mondego recupera tradição dos anos 40

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Seis traineiras, um rebocador e 180 elementos de oito grupos musicais reúnem-se, a 16 de Junho, na Figueira da Foz, para recuperar a tradição das serenatas no rio Mondego, iniciativa promovida pelo Lions Clube local.
"Estamos a recuperar uma tradição que não se realiza há 64 anos. Na altura era com barcos a remos e sem sistema de som" disse hoje à agência Lusa Simões Baltazar, presidente do Lions Clube da Figueira da Foz.
O espectáculo, nocturno, vai decorrer a bordo de uma das embarcações e em terra, junto ao rio, na praça da Europa.
Razões de segurança e questões logísticas - nomeadamente relacionadas com a instalação sonora e a lotação das traineiras - impedem-nas de fundear em pleno rio, pelo tempo necessário para permitir a actuação de alguns dos grupos que irão estar a bordo.
"Optámos por fazer um desfile com todas as embarcações e depois os que estão a bordo das traineiras actuam em terra. A serenata começa no rebocador [o único com potência suficiente para ter instalação sonora própria] continua na praça da Europa e termina no rebocador, explicou Simões Baltazar.
Junto ao rio será vedada uma área onde vão ser instaladas bancadas com capacidade para cerca de 1.500 espectadores.
Para além dos promotores da iniciativa, a organização conta com o apoio da Câmara Municipal e associação de armadores de pesca da Figueira da Foz para além da Capitania do Porto e PSP, entidades responsáveis pela segurança "na água e em terra".
Com início previsto para as 22:00 e quase três horas de duração, o espectáculo arranca com a Mini-Banda da Figueira, agrupamento constituído por músicos de diversas freguesias do concelho "alguns já de uma certa idade", formados em bandas filarmónicas.
Continua no palco instalado na praça da Europa, onde actuarão os ranchos folclóricos Salineiras de Lavos e Regional de Quiaios, a Imperial Neptuna Académica e os grupos de cantares Terra Nostra e Cantigas de Tavarede.
Neste último actua Augusta Marques, 82 anos, sogra de Simões Baltazar, que participou, em 1943, aos 18 anos, na última serenata realizada no rio Mondego.
"E há mais alguns artistas que se lembram das serenatas da altura" disse o dirigente do Lions Clube.
O espectáculo de dia 16 regressa depois ao rebocador, para encerrar com fados de Lisboa e Coimbra.

LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.